Com nove votos a favor um contra, o ministro Joaquim Barbosa foi
eleito nesta quarta presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) pelos
próximos dois anos. Relator do processo do mensalão, Barbosa assumirá a
presidência da Corte em novembro, com a aposentadoria compulsória do
ministro Carlos Ayres Britto. A escolha ocorre um dia depois de o
tribunal ter formado maioria para condenar o ex-ministro chefe da Casa
Civil José Dirceu, principal réu do mensalão, por corrupção ativa.
Pela tradição do colegiado, o ministro não vota em si mesmo, mas vota
em seu futuro vice-presidente. Por isso ocorreu um voto contrário. Em
seguida, Ricardo Lewandowski foi eleito para a função de
vice-presidente.
Coube ao ministro Celso de Mello, o decano do tribunal, saudar a
eleição de Barbosa. Para Mello, a escolha de Barbosa manteve a tradição
da Corte de escolher seu próprio presidente. O ministro lembrou que nem
sempre o "autogoverno" do Supremo prevaleceu na história do tribunal.
"Tenho certeza de que, agindo com sabedoria, prudência e segurança,
(Joaquim Barbosa) saberá superar os obstáculos", destacou o decano.
Em seguida, o procurador-geral da República, também elogiou a escolha
de Barbosa para o cargo, lembrando que fazia com "especial orgulho"
porque o ministro eleito foi durante 19 anos, antes de ir para o STF,
integrante da carreira do Ministério Público Federal.
Da tribuna, o advogado Roberto Caldas, juiz da Corte Interamericana
de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), também
homenageou, "em nome da classe dos advogados", a eleição de Barbosa.
Segundo Caldas, certamente o ministro terá "sabedoria" para conduzir os
trabalhos do STF.
Após as saudações, o presidente eleito fez um rápida manifestação
sobre a eleição: "Eu gostaria de agradecer a todos os colegas a
confiança em eleger-me presidente da Corte e dizer da minha satisfação
em ser eleito e futuramente exercer a presidência da Casa".
Por Ricardo Brito - Agência do Estado.
Por Ricardo Brito - Agência do Estado.
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