No dia 12 de agosto de 1983 foi assassinada
Margarida Maria Alves, trabalhadora rural e líder sindical na Paraíba. No dia
12 de agosto de 2003 deve acontecer a segunda Marcha das Margaridas, organizada
pelas sindicalistas rurais. Aproveitando a ocorrência de fatos importantes nos
12 de agosto foi escolhida esta data para denunciar a nova estratégia de
dominação imperialista dos Estados Unidos.
Uma reunião preparatória foi realizada no dia 21, e
contou com a participação de algumas jovens do Centro de Mídia Independente e
da ATTAC. A primeira idéia que surgiu foi fazer algo como uma feira, na Praça
da República, com barracas que trabalhem o que é a ALCA e os impactos na vida
das mulheres. Será dado destaque ao ambiente da ALCA que já estamos vivendo,
com destaque para o tratamento do corpo das mulheres como mercadoria. Serão
produzidos painéis com fotos e informações curtas, reprodução de pequenas
mensagens gravadas e também gravar depoimentos das pessoas na Praça.
Alguns personagens, que estão todos os dias nas
ruas, como o homem com a placa de compra-se ouro, o vendedor que estende uma
lona com ervas medicinais, a estátua viva, o vendedor de passe, a cartomante, a
cigana que lê a mão, serão interpretados refazendo as mensagens com denúncias
contra a ALCA.
Os aspectos que têm sido trabalhados nas oficinas
relacionando a ALCA à vida das mulheres são os seguintes:
- As mulheres no mundo do trabalho: o desemprego é alto. Ainda que novas oportunidades de trabalho sejam abertas para as mulheres, a maioria é sem registro, com jornadas extensas e baixos salários. É o modelo das maquiladoras mexicanas que se espalha pelo Continente. Os direitos são nivelados por baixo e a licença maternidade de quatro meses sem prejuízo de salário encontra-se ameaçada.
- Serviços como saúde e educação são privatizados e oferecidos às transnacionais. As mulheres perdem como trabalhadoras e usuárias destes sistemas. Os governos mobilizam o trabalho das mulheres na família ou no voluntariado para realizar os serviços que não dão lucro ao mercado. Na Bolívia, onde a água foi privatizada, seu preço aumentou quatro vezes tornando mais penoso o trabalho doméstico.
- O patenteamento de plantas medicinais e seus processos de beneficiamento, e de formas de artesanato, obrigará as mulheres que produzem, coletam, ministram plantas medicinais e as artesãs a pagarem taxas ou serem consideradas ilegais.
- A busca desenfreada por divisas - dólares - para pagar a dívida externa ou importar produtos estimula o turismo sexual e o tráfico de mulheres. O Brasil já é hoje um dos países que mais recebe turistas em busca de prostituição, muitas vezes infantil. O corpo das mulheres é oferecido como um atrativo aos executivos de grandes empresas - os chamados investidores.
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